18 janeiro 2010

Abiã não tem Santo.


Ainda não me considero uma abiã.
A maioria fatores que descreve uma abiã ainda não me chegaram.
Minha família é do Candomblé como já disse, mas ainda não me firmei lá, logo, nem casa ainda tenho, mas existem coisas que acontecem comigo que acho que muitas/muitos abiãs não passaram nesse processo que antecede a feitura.

Eu nunca fui em jogo para saber qual seria o meu Orx, e uma das pessoas que mais confio para me dizer isso apenas com sua intuição seria minha Avó, mas ela segue um tradição em que não se diz o Orx de qualquer pessoa antes dela se firmar ao menos como Abiã, mas muito antes de tudo isso, era como se tivesse escrito na minha testa de tão claro que eu sou Filha de Oyá.
Eu devia ter uns 13 anos quando alguém me disse isso pela primeira vez, e desde então investiguei tudo sobre ela, e me sinto de fato filha de Oyá.
Hoje todos os Babalorixás e Yalorixás, exceto minha avó, que conheço me deram esse mesmo Orx.

De uns 8 meses pra cá, eu me senti mudada, mais doce, mais quieta, mais ciumenta e paciente/compreensiva ... achei estranho, mas pensei ter amadurecido, e foi de fato só que a uns 2 meses as pessoas já não me dão Oyá de cara, e o mais intrigante é que as pessoas dizem que sou filha de Oxm, eu ainda não me sinto de tal forma, mas de fato sei que a uns tempos minha simpatia por ela aumentou e minha vida está rodeada dela.
Minha avó é D'Oxm e sou eu quem ascendo as velas, e tudo mais, eu praticamente quem cuido, fora outras situações novamente desnecessárias de se comentar num lugar tão exposto como a internet .

Fico meio sem jeito nessa situação, não aflita, mas ainda não me acostumei com a idéia.
Ainda não tenho certeza, mas sinto que possa ser verdade.

E diante disso sou obrigada a concordar com minha avó no sentido de não dizer o Orx até que se tenha certeza num jogo, ou até que ela seja tomada pelo Orx pela primeira vez.




Mtbá.

06 janeiro 2010

De berço.

Dona Preta, assim chamam a minha Avó, Yalorixá, filha de Oxum.
Talvez seja a grande "culpa" seja desse gene por essa minha paixão pelo Candomblé
( que aliás já descubri que vem desde minha bisavó )
que segundo minha mãe é desde que eu eu tinha uns 7 anos de idade.
Minha mãe uma certa vez me relatou que a uns tempos quando tinha festa no Terreiro de minha avó, ela sempre me levava, mesmo sem ser do Candomblé e num instante de descuido quando ela me viu, eu estava lá no meio da Roda, fazendo o Xiré.
(risos)

Desde esse fato, creio que eu já sabia qual seria a minha religião, sempre gostei muito do Candomblé e de estar entre as pessoas do mesmo, cresci com minha Família materna, onde a grande maioria são católicos não praticantes, mas não pensam nem um pouco ao menos em ir á festas de Candomblé. Esse seria um fator para que eu me opusesse também, de uma certa forma.
Bem, o que aconteceu foi quase isso. Com 7 anos entrei na Igreja Católica, com 1O anos fiz Comunhão e com 11 estava com ousadia o suficiente para dizer que não era aquilo que eu queria, ainda que não tivesse em mente a certeza de querer ser do Candomblé.

Em 2OOO, mais ou menos, minha avó tivera um derrame, e perdeu os movimentos do lado direito do corpo e o Terreiro ficou abandonado, por filhos e cuidados, e durante anos ninguém tocou no assunto e a cada dia a Família foi desmoronando, desunião, atraso .. tudo !
Até que a uns 2 anos atrás começamos a perceber e vimos que realmente tínhamos que cuidar ao menos dos Orixás de minha avó e da Casa, e por um bom tempo toda a história não saiu da conversa.

Em 2OO8 ( não lembro ao certo o mês ) eu tentei encontrar conforto e respostas no Espiritismo e foi tudo em burros n'água, frenquentei apenas 3 dias.

Como eu já gostava muito de Candomblé e a Casa de minha avó estava parada, comecei a saber de notícias de outras casas, uma delas foi o Terreiro do Gantois.
A primeira vez que fui não me lembro, ainda não entendia direito, mas lembro que bem depois, em junho de 2OO9 uma amiga moradora do Local me convidou para assistir uma festa nessa casa e que seria a primeira festa do ano. A saudade falou mais alto e mesmo que com medo de sentir algum "remorso" por frequentar outras casas, a vontade falou mais alto e fui.

Chegando lá umas 11:20, ou mais, a festa ainda estava acontecendo e pela primeira vez me encantei por uma casa além da de Minha Avó. Fiquei do lado de fora, assistindo pela janela até a festa acabar porque estava de calça e já havia sido suspensa para Ekedy.
Quando acabou, minha amiga disse que teria festa á noite.
E assim fiz, á noite voltei sozinha para a festa de Odé, me encantei pela casa, pelos Orixás, por tudo e desde então deixei de ir apenas 2 ou 3 festas durante meio ano.
Ainda em junho comentei com uma amiga que gostava da religião e que estava indo a uma festa, ela prontamente se convidou para ir na próxima, e fomos na festa de Xangô, nos sentimos muito bem recebidas e tudo mais.

Já em outubro, mais ou menos, fui para uma festa e me encantei mais ainda por uma Orixá. Iansã.E na msma época eu soube que minha avó estaria retomando as atividades e um dia terei algumas coisas a explicar pra ela e pra Família.

Agora, estou super empolgada organizando as coisas juntamente com meus familiares do Candomblé para que a festa seja digna.
Estou em fase de ótimas energias e notícias, também confirmações para minha vida espiritual.